Influências e inspirações do ministério
A líder do grupo conta detalhes dos 15 anos de história
Influências
Em 1996, quando estava nos Estados Unidos, o Senhor confirmou no meu coração os planos Dele de me usar na música. Eu não tinha noção de qual seria a dimensão, mas sabia que seria algo para abençoar a minha nação, trazendo à Igreja brasileira mais liberdade na presença do Senhor, mais experiência com Deus por meio da música e da adoração.
Foi nessa época que recebi, pela primeira vez, um CD com uma mulher dirigindo o louvor. Essa ministra de louvor era Darlene Zschech, da Igreja Hillsong, na Austrália. Até então, eu não tinha nenhuma referência de uma líder de louvor. Eu conhecia cantoras, pois, no Brasil, sempre tivemos mulheres abençoadas que adoravam ao Senhor com seu canto, mas não tinham aquela habilidade na condução da congregação no louvor, com todos de pé por um período mais prolongado, nas expressões de adoração. Normalmente, nas igrejas, havia aquela cultura de “dar uma oportunidade”, ou seja, cantava-se uma ou duas músicas. Então, passar meia hora ou uma hora em adoração com uma pessoa à frente de uma equipe liderando-a, realmente era algo que eu não tinha como referência.
Posso dizer que fui muito encorajada conhecendo o CD intitulado “Shout to the Lord”, do Ministério de Louvor Hillsong United. E foi interessante que, quando retornei ao Brasil, mostrei o CD para um amigo falando que gostaria de fazer algo assim, e ele me disse: “Ah! Ana, contente-se com pouco, com o que nós temos, pois eles são de um país de primeiro mundo, eles podem fazer uma grande produção como esta, mas nós não temos dinheiro.”
Deus é maravilhoso e vemos o quanto Ele contradiz as palavras de desencorajamento! Fui muito inspirada e a Hillsong é uma referência mundial. Percebo que o DT tem a sua identidade, as nossas características são tão preciosas, tanto a dança e as coisas novas que o Senhor nos acrescentou, como os grandes ajuntamentos com o propósito de clamar pela nação. Diante disso, posso dizer que o Senhor me deu essa inspiração e muito mais!
Outras influências que também tive foram dos EUA, estudando com pessoas poderosamente usadas por Deus e que se tornaram referências para mim. Como, por exemplo, o Dennis Jernigan, cantor e compositor, autor da bela canção “Te Agradeço” e muitas outras. Eu me lembro que estava passando por um processo de restauração da minha alma, pois, como jovem, tinha muitos conflitos e feridas internas. E também muitos sonhos para se cumprirem em minha vida e, em virtude disso, muita ansiedade. E a minha alma ferida foi curada por meio das ministrações dele. Eu ouvia os CDs do Jernigan dia e noite, ele realmente foi um referencial para mim como compositor. Composições sinceras, que rasgavam o coração diante do Senhor, sem ter medo de expor os meus anseios por Ele. Canções que eu não conhecia antes, canções de adoração que eram verdadeiros clamores da alma.
Outro exemplo de influência americana na minha vida vem do pastor e músico, Kent Henry. Ele foi um referencial de liberdade, de espontaneidade, de extravagância na presença de Deus. Eu sei que ele influenciou muitas pessoas aqui no Brasil. Até então, eu não conhecia esse estilo de repetir, por várias vezes, o mesmo coro, as mesmas palavras, como que mergulhando em cada uma delas. Foi com o Kent Henry que aprendi os cânticos espontâneos, ou seja, a atitude de abrir a boca e cantar, espontaneamente, palavras que você está cantando pela primeira vez, como que compondo naquele momento e profetizando por meio do canto.
E, aqui no Brasil, eu também fui sendo influenciada ao longo das estações da minha história. Foi muito forte a influência do pastor Antônio Cirilo em minha vida e ministério. Por várias vezes, ele ministrou ao grupo, pois, todos os anos, fazemos um retiro espiritual com a equipe do DT. Esses dias são separados para estarmos como grupo diante do Senhor, sem a multidão. Esses momentos têm sido sempre marcantes e especiais. No ano de 2002, o pastor Antônio Cirilo ministrou às nossas vidas. Ainda me lembro de algumas palavras, do impacto da unção e do seu testemunho. Um dos assuntos era a busca pela intimidade com o Senhor, de estarmos rendidos em adoração no secreto. Foram dias maravilhosos!
O pastor Asaph Borba também foi uma grande influência. Mesmo à distância, ele abençoou demais o ministério e, depois, ele veio pessoalmente entrar na nossa vida e esteve uma vez, também, ministrando em um de nossos retiros. E, claro, não posso deixar de falar também do pastor Adhemar de Campos, um servo de Deus, um compositor excelente, um instrumento de Deus em nossa nação. E também a pastora Ludmila Ferber, que entrou na minha vida com uma amizade, com uma aliança firmada no Senhor.
Todas essas pessoas me marcaram, antes, por meio das suas músicas. Depois, Deus as trouxe para perto de mim, em relacionamento. Eu poderia citar muitos outros amigos que o Senhor trouxe e que me influenciaram. Sóstenes Mendes, por exemplo, foi com quem gravei meu primeiro CD, antes mesmo de existir o DT. As pastoras Alda Célia e Fernanda Brum, bênçãos em minha vida. A Marina de Oliveira, que eu ouvia desde adolescente, foi uma aproximação muito especial. A Aline Barros, que eu já via ministrando, muito antes do DT começar, foi um contato muito especial também, uma inspiração para mim. Mais recentemente, o Fernandinho. Foi tão interessante ouvir da esposa dele, a Paula, que na gravação do “Preciso de Ti” (Mineirão – 2001), o pastor dele, em Campos, no Rio de Janeiro, mandou-os de carro, para conhecer e aprender sobre o ministério, e eles vieram para a gravação, mas não conseguiram entrar (risos), porque estava tão cheio, para honra e glória do Senhor, tivemos um público de 210 mil pessoas. Mas eles vieram e, hoje, com certeza, também me influenciam com o seu ministério. O pastor Massao Suguihara, que é uma referência no que se refere à reunião de pessoas, trazendo essa oportunidade de união, de estarmos juntos como, por exemplo, na gravação do CD “Adoração e Adoradores”, um projeto maravilhoso! Foi muito precioso todo o contato com ele. O pastor Massao já pastoreou o meu coração algumas vezes.
No Brasil, há tantas influências, é tão difícil citar todos os nomes… O David Quinlan, o Ricardo Robortella, a Nívea Soares, que era uma “companheirona” dentro do DT e até hoje sinto uma sintonia bem grande com o coração dela… Ela também é uma referência na minha vida. E, mais recentemente, depois de passar um tempo com o meu marido nos EUA, por causa dos estudos dele, o Ministério da Gateway que se tornou uma grande referência para mim. A Igreja Gateway tem um departamento de louvor que funciona muito bem, e isso é algo que Deus tem colocado nas minhas mãos, de servir à minha igreja. Temos reestruturado o DT. O ministério está dentro da igreja, ressalto que nunca saímos, sempre ministramos, mas agora servimos e ministramos mais aos membros da nossa igreja e ao ministério de louvor. A Gateway tem sido uma grande referência, pois ela não é apenas um ministério que grava CDs ungidos, ela tem uma organização como igreja que funciona muito bem.
Um ministério que serve de inspiração a muitos outros
É muito interessante ouvir as pessoas falarem que ouvem o DT “desde criancinha”! Há uma geração que me acompanha há 15 anos e hoje são líderes em suas igrejas. Conheço inúmeras histórias de pessoas que servem em suas igrejas – ministérios que, muitas vezes, não têm reconhecimento internacional, mas que têm impactado e influenciado gerações por onde passam.
Certa vez, realizamos um evento para levantar recursos para a Associação Missão Esperança (AME – www.amesperanca.com.br). O evento foi uma parceria do DT com a Igreja Bola de Neve (SP), apelidada, carinhosamente, por seus primeiros frequentadores, como Bola de Neve Church. Naquela ocasião, pela primeira vez, pude me encontrar com a Pra. Denise e com o seu esposo, o Apóstolo Rina, líderes da Bola de Neve. Foi emocionante ouvir que as músicas do DT fizeram parte da fundação da igreja, porque todo culto eles cantavam: “Preciso de Ti”, “Manancial”, “Águas Purificadoras”… E aqueles jovens que entregavam sua vida para Jesus mergulhavam na adoração por meio das nossas canções. Tivemos até a oportunidade de gravar juntos uma vez e foi uma surpresa saber que eles foram tão influenciados pelo DT! Glória a Deus, pois há muitos outros ministérios que chegam para testemunhar sobre como o DT fez e faz parte da história de cada um deles.
O Pastor Márcio Valadão como um homem visionário e que acreditou no sonho
A nossa aliança com a igreja local é uma base, um fundamento para o sucesso do ministério. E é claro que a liderança dessa igreja, na pessoa do
Pastor Márcio Valadão
meu pai, o pastor Márcio Valadão, foi muito importante. Muitos pastores quando veem algo novo surgindo, sentem medo, não têm coragem de investir, no caso do pastor Márcio foi diferente, pois ele sempre teve essa característica de ser visionário, de enxergar além daquilo que vemos e, sendo assim, nos impulsiona, nos apoia e nos encoraja a ser pioneiros.
Apesar das críticas, ele sempre nos apoiou e nos encorajou a romper paradigmas. Logo no começo, ele nos pastoreou no sentido de dizer: “Sim, vamos gravar o CD, mas vamos direcionar os recursos para a obra missionária.” O coração do pastor Márcio pulsa pela obra de Deus.
Ele sempre reconheceu também o nosso trabalho como músicos, como cantores. O ministério sempre ofertou aos que serviram voluntariamente no DT. O pastor Márcio sempre deu o apoio que precisávamos, mas também trouxe essa direção pastoral, para que o nosso coração não fosse corrompido quando o dinheiro chegasse. Por isso, hoje temos uma visão ministerial e um compromisso com as obras sociais da nossa igreja. Essa tem sido a marca do DT ao longo desses 15 anos de caminhada.
E, na igreja, o pastor Márcio tem sempre nos motivado a ensinar novas músicas, a realizar programações especiais de louvor, etc. Ele sempre dá toda a liberdade para trabalharmos. Muitos pastores nem participam dos momentos de louvor em suas congregações. Já fui a igrejas nas quais o pastor não participa do momento do louvor e, quando sobe ao púlpito, diz: “Agora vamos começar o culto.”
Penso que o maior encorajamento que o nosso pastor nos dá é a presença dele conosco. Ele sempre está lá, com suas mãos erguidas, cantando, saltando e se ajoelhando na presença do Senhor durante os cultos. Ele é o nosso maior incentivador. Nos grandes ajuntamentos, que são desafios enormes de produção e passos de fé, até financeiramente, ele está sempre conosco a nos liderar. E quando, por muitas vezes, estávamos cansados, desanimados ou pensando em desistir, ele foi uma das pessoas usadas por Deus para nos dizer: “Ano que vem vamos fazer o ajuntamento em tal lugar…”. Atitudes assim sempre nos impulsionaram.
A importância do suporte da família dos integrantes
O Diante do Trono, desde a sua primeira formação e nesta atual, sempre foi um ministério de famílias. É interessante observar essa característica dentro do ministério, casais que, juntos, serviam (e ainda servem) na obra de Deus. Aqueles familiares ou cônjuges que não cantam ou tocam no ministério também sempre foram incluídos nos retiros, nas reuniões de células, nos encontros semanais de edificação, ou seja, sempre trouxemos a família para junto de nós. E à medida que os filhos foram nascendo, nossa célula foi ficando repleta de crianças, transformando-se, assim, em um verdadeiro departamento infantil (risos)! Sempre tivemos esse pensamento de tornar a família próxima de nós, incluindo-as em nossas festas de comemoração de fim de ano. E nas viagens, ao liberar o cônjuge, o pai, a mãe ou o filho, os familiares sempre ficaram como intercessores, participando do período de consagrações até mesmo das gravações e congressos. E continua sendo assim, queremos que a família se sinta parte, servindo no ministério do DT, porque a família é o nosso primeiro ministério. Ninguém pode estar em um palco, cantando ou tocando, sem estar bem nos seus relacionamentos familiares. E, sempre que houve necessidade de um acompanhamento ou uma ajuda, tivemos, na liderança, esse ministério pastoral de ajudar as famílias do grupo, para que todos estejam bem em casa, que é o nosso primeiro altar.
Os anônimos – Por trás dos bastidores
Durante algum tempo, o Diante do Trono manteve uma empresa com mais de 200 colaboradores, com uma sede em Belo Horizonte (MG) e três filiais: São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Brasília (DF). Essas pessoas que trabalhavam na empresa sempre foram muito dedicadas. Quando fechamos as empresas e terceirizamos o nosso trabalho de distribuição, não tivemos nenhuma ação trabalhista sequer, graças a Deus! Pois todos os nossos colaboradores entendiam a paixão pelo ministério que é a de levar o evangelho por meio da música.
Cada CD era visto como uma ferramenta evangelizadora e os recursos investidos em missões. Todos aqueles que trabalharam profissionalmente no DT sempre carregaram essa visão.
Atualmente, nós temos um escritório pequeno, continuamos contando com valentes que são totalmente apaixonados pelo ministério. Quero citá-los aqui:
A Azenate Fernandes, que trabalha como recepcionista, muitas vezes ao atender aos telefones, as pessoas acham que estão falando comigo, porque ela carrega uma voz doce. Ela é esposa de pastor e também é pastora, me ajuda a responder cartas e e-mails. São muitas as pessoas que pedem a ela um aconselhamento e uma oração. Temos a Cibelle Lúcia, que é a nossa secretária, ela é muito eficiente e dedicada. Temos o Pablo Gonçalves na comunicação, o Rodrigo Campos, também na comunicação e envolvido na parte musical do grupo. O Zaquel Lopes na contabilidade, mas ele é multiuso, um servo mesmo. O Flávio Selles, que nos auxilia na parte da Tecnologia da Informação e dos nossos sistemas. O pessoal do áudio, Thiaguinho e Daniel Sena, que estão, principalmente, nas nossas viagens e gravações. O Junior Monteiro que administra toda essa turma. Junior é, nesta nova geração, alguém que o Senhor escolheu, ele tem o favor de Deus sobre a vida dele, tem aberto portas em lugares aonde não poderíamos entrar sem os dons que Deus tem dado a ele. E toda essa equipe que não aparece fica nos bastidores. Reconheço que, sem ela, eu, a banda e os cantores não estaríamos no palco, não teríamos nem o microfone ligado, pois é muito trabalhoso.
Além deles, temos uma equipe terceirizada que trabalha bastante, como a Agência Quartel Design, que desenvolve toda a parte de comunicação visual do ministério. Outras empresas que nos ajudam, como a Vianet, que trabalha com todo o processo de inscrições para os nossos eventos. A Som Livre, que trabalha com a parte de distribuição e divulgação dos produtos que lançamos. Sem contar a equipe de voluntários que se levanta na Igreja Batista da Lagoinha para servir nos nossos eventos e são todos tão importantes! O corpo só funciona bem se cada um cumpre o seu papel e, se eu apareço por ser, talvez, a boca ou a visão, eu não poderia fazer isso se as mãos não estivessem ali para servir. Então, realmente, a nossa equipe é muito comprometida com esse ministério, fazendo para o Senhor. Sem cada um deles, não faríamos o que fazemos. Obrigada!


